Vou abordar um tema hoje que dificilmente vemos nos blogs de nossos meliponicultores. O aluguei de colmeias para a agricultura é uma outra forma de se conseguir renda com nossas abelhas. O testo abaixo foi retirado e adaptado da revista Época.
Na Europa e nos Estados Unidos: o uso das
abelhas para melhorar a produção agrícola. Não é novidade que esses insetos ajudam a
transferir o pólen de uma flor para outra. Mas, nas últimas décadas, cientistas e
agricultores têm feito desses parceiros naturais uma eficiente mão-de-obra para
polinizar lavouras e aumentar a produtividade e a qualidade de frutas, legumes
e grãos.
Em muitos países do mundo, apicultura hoje não é mais uma atividade secundária, quase sempre de pequeno porte, e
muito menos sinônimo de mel, que virou um subproduto. A grande meta dos
apiários agora é a polinização,
um negócio altamente lucrativo. Nos Estados Unidos, campeão mundial em
pesquisas e no aproveitamento de abelhas na agricultura, os números são
reveladores. Em 1988, enquanto a produção de mel acrescentou mirrados 150 milhões
de dólares à economia americana, o aumento da produção de alimentos com o
auxílio dessas prestativas operárias gerou um lucro adicional de 20 bilhões de
dólares para o setor agrícola. Atualmente, mais de 2 000 apicultores vivem de
alugar suas colméias, naquele país.
No Brasil,
o hábito de recorrer a elas para polinizar lavouras não alça vôos tão altos.
Pelo menos no campo, porque nas universidades o trabalho das abelhas vem sendo
pesquisado há muito tempo. A professora paulista Regina Helena Nogueira Couto,
por exemplo, pesquisa há dezenove anos a genética e o modo de vida desses
insetos. No campus da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Jaboticabal,
SP, ela lida diariamente com todo tipo de espécies: da Apis mellifera — a mais
comum em todo o mundo — até a dócil jantaí (Tetragonisca angustula) ou a
nordestina uruçu (Melipona scutellaris), cujo mel é um orgulho regional.
"São muitos os insetos que coletam néctar e polinizam as flores. A
vantagem das abelhas é que elas são mais eficientes e podem ser
controladas", explica Regina Helena.
Dependendo do tipo de plantação, uma
colméia, com cerca de 60 000 abelhas, produz de 1 a 10 quilos de mel por
semana. O que significa pelo menos 1,5 milhão de visitas coletivas às flores em
busca da saborosa solução de água, açúcar e sais minerais do néctar, usado para
produzir mel e enfrentar o inverno.Mas não é só a busca frenética do néctar ou
do pólen que faz das abelhas melhores
polinizadoras do que borboletas, besouros ou moscas. Elas vencem os rivais em
eficiência por uma outra característica, batizada pelos cientistas de
"fidelidade alimentícia". Enquanto a borboleta abandona facilmente um
laranjal para se embrenhar no mato atrás de flores silvestres, a abelha só deixa a plantação quando não há
mais flores a visitar.
Pesquisas feitas na Unesp de
Jaboticabal provaram que a produção de laranjas pode crescer em 30% com ajuda
dessas laboriosas trabalhadoras. "Além do aumento da quantidade, a
qualidade das frutas melhora", acrescenta a professora e pesquisadora
Regina Helena, de Jaboticabal. As laranjas da Unesp, por exemplo, ficaram 10%
maiores e com mais 20% de vitamina C graças às persistentes caçadoras de
néctar, que fecundam o máximo possível de óvulos na flor e fazem com que o
fruto se desenvolva por inteiro. Quando o agente polinizador é o vento ou são
insetos mais preguiçosos, isso fica difícil.
Em 1984, Wiese participou de uma
experiência que elevou em 50% a produção de maçãs catarinense.
Nossas abelhas nativas tem um potencial muito grande para ser utilizado nas lavouras mas ainda precisamos de muitos estudos para que essa atividade se torne rentável.
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